Apresentação

Meu nome é Tobias Laney, tenho 27 anos, antes psicólogo agora fugitivo. Fujo agora de mim mesmo, e das pessoas que me rodeiam. Neste dia 1° de Janeiro percebi que estou só, com muitos a minha volta. Nenhum amigo, mas muitos puxa-sacos, todos atrás de um saco de moedas. Decidi pegar a minha moto e deixar tudo para traz: profissão, casa, cidade. Para queimar os pneus no asfalto a procura de algo que não compreendo ou de sei la o que. Podem achar que estou louco e estão certos, mas afinal: do que adianta loucuras se não haver testemunhas?Por isso fiz este diário, para que alguém seja testemunha desta loucura.

Quinta 8 de Janeiro de 2009

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Fiquei sem acesso a internet nos últimos dias, meu modem móvel não estava nos seus melhores dias. Meus últimos passos foram lerdos, porem cheguei em Porto alegre ha dois dias, achei o centro da cidade um péssimo lugar para descansar minha mente, então andei mais um pouco e cheguei em um bairro muito agradável chamado Belém novo, o nome justifica sua paz, uma família muito gentio fez algo que nunca imaginaria que alguém faria: me dar hospitalidade, me ofereceram lugar dormir mesmo me conhecendo há alguns horas. São pessoas gentis e humildes, passam por algumas dificuldades, porem são unidas, sofrem por morar em uma cidade grande, mas são felizes. Realmente a felicidade esta na simplicidade, como olhar para o céu: coisa que ninguém faz a menos que esteja caindo um avião. Senti-me feliz com essa família, vou ajudá-los de alguma maneira, vou dar juízo ao que tenho e retribuir o que me ensinaram nesse tempo. Mesmo sendo psicólogo e entendendo demais sobre a mente humana, tive que viajar tanto para descobrir que uma família pobre cheia de problemas consegue ser mais feliz do que eu, que sempre tive mulheres e riquezas. Essa lição aprendi em menos de um mês de viagem, o que será que o mundo tem a me ensinar seguindo a estrada?

Sabado - 3 de Janeiro de 2009

sábado, 3 de janeiro de 2009

Estou ainda em Cristal, as manutenções da moto demoraram mais tempo do que eu imaginava. O celular não parava de tocar nas primeiras horas, depois de um tempo, até esta hora já não tocava mais... Talvez já me esqueceram, ou não fazem muita questão de lembrar.
Visitei uma Praça perto do hotel onde estou hospedado, vi muitas famílias aproveitando o feriado, mas nas horas em que passei observando: um senhor aparentando uns 80 anos, estava sentado solitariamente, porem quando viu que a nossa situação era semelhante sentou ao meu lado falando sobre a vida. Contou-me que quando era jovem, foi preso por um crime que não cometeu seus familiares e amigos nunca mais o procuraram. Passou boa parte de sua vida na cadeia, porem o verdadeiro criminoso foi pego e o governo quis se retratar pagando uma generosa indenização. O velho senhor, disse que sentiu mais ódio dos amigos e familiares do que o próprio governo que o condenou injustamente. Após 30 anos depois do ocorrido, já hoje em dia, diz ele que se arrepende amargamente por não ter perdoado os amigos e familiares, pois assim hoje ele não seria um velho solitário. Atualmente ele viaja o mundo procurando algo para tapar esse vazio que hoje sente. Na verdade nossas historias tem algumas coisas em comum, porem meus amigos tornaram meus inimigos desde que me tornei rico: maior prova foi meu sócio e melhor amigo que tentou me passar para trás em nosso próprio negocio. Quase perdi tudo se eu não tivesse ganhado a causa na Justiça. Em uma coisa eu e o velho senhor solitário concordamos com total afirmação: o dinheiro nos faz solitários.

Sexta Feira - 2 de Janeiro

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Parti nesta quinta quase anoitecendo. Não estava frio, e sim uma temperatura amena. Fechei meu apartamento, e não deixei sinal de minha partida. Em quanto rodava ainda nos domínios de Pelotas, admirei como se fosse a ultima vez: a catedral, o mercado central, e as praças, dentre outras mais que admiro. Antes de pegar a BR116 parei em uma cafeteria no calçadão, onde costumeiramente saboreava um gostoso cappuccino, solitário também costumeiro. Ficava a olhar as pessoas e entender como agem e o que sentem tudo isso para tentar me entender eu acho. Posso até afirmar que eu virei psicólogo para tentar me curar, mas curar do que? Sou meu próprio castigo.
Finalmente peguei a BR116, rodei por algumas horas, o celular tocava, mas não era nada de importante, não mais... Passei por um acidente de carro, visão comum nessas estradas. Cruzei por algumas cidades como: Turuçu, Boqueirão, Cruz e parei nesse horário em Cristal. Uma cidade muito bonita posso dizer, estou na verdade um tanto cansado, estou hospedado em um Hotel nesta cidade. A minha moto apresentou alguns problemas durante a viagem, logo pela manhã irei arranjar um bom mecânico. E quando ao resto me sinto ligado ainda ao sofrimento. É sim, mas nada que uma boa noite de sono não resolva.

Quinta Feira – 1° de Janeiro

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Ola, meu nome é Tobias Laney, tenho 27 anos antes psicólogo, agora fugitivo. Fujo agora de mim mesmo, e das pessoas que me rodeiam. Neste dia 1° de Janeiro percebi que estou só, com muitos a minha volta. Nenhum amigo, mas muitos puxa-sacos, todos atrás de um saco de moedas. Decidi pegar a minha moto e deixar tudo para traz: profissão, casa, cidade. Para queimar os pneus no asfalto a procura de algo que não compreendo ou de sei la o que. Podem achar que estou louco e estão certos, mas afinal: do que adianta loucuras se não haver testemunhas?Por isso fiz este diário, para que alguém seja testemunha desta loucura.